Perdoem-me os elementos do sexo oposto mas sinto-me compelida a confessar a minha incondicional admiração pelas mulheres, pela sua essência, por todas e cada uma delas.
São seres absolutamente fascinantes, encerram em si diversas gravidezes, partos e abortos... de filhos, de homens, de segredos!
A mulher, cantada por tantos. A mulher, amada por tantos. A mulher que tudo pode. A mulher mãe, avó, amante, criada, bem tratada, mal tratada, com cicatrizes em todos os seus caminhos, de todos os tamanhos e feitios, de todos os amores e desamores.
A mulher, esse ser que não dorme, que não adoece, que luta, que dá luta, que acorda cedo sem acordar, com passos mecânicos qual máquina programada para servir, amando.
A mulher que não chora, que tudo pode, que nada pede, vivendo através das vidas dos que ama. Rindo se eles riem, consolando se eles choram.A que canta com voz embargada pela dor, nó na garganta abafado vezes sem conta, o medo escondido pela doçura da voz.
A mulher família, o amor mais do que tudo, a mãe dos filhos que pariu, que transportou e alimentou com o seu sangue.
Mulher-mãe... como não glorificar o corpo que acolhe no seu seio o futuro da humanidade que depois a abandona com promessas de grandes feitos e conquistas, membro amputado num só momento, a parte melhor de si própria, espelho com reflexo brilhante, amor que não tem fim...
Mulher-mãe... como não glorificar o corpo que acolhe no seu seio o futuro da humanidade que depois a abandona com promessas de grandes feitos e conquistas, membro amputado num só momento, a parte melhor de si própria, espelho com reflexo brilhante, amor que não tem fim...
A mulher, a amante sagaz, tantas vezes fugidia. A mulher impossível de adivinhar... que prazer? Pernas que se abrem, qual lareira convidativa, fogo que arde e se vê, aconchego do seu homem ou dos seus homens...
A mulher que desafia o tempo, as estações, dissimula rugas, as más e as boas, cura doenças de si e dos outros qual maga poderosa, dona de poções e palavras mágicas.
A mulher submissa, cão fiel de quem a afaga. A mulher fogosa, impossível de dominar. A mulher onírica, senhora dos segredos nunca sussurrados. A mulher sofrida, dores reveladas no olhar.A mulher bela ou menos bela, com voz de mar, passos de bailarina, seguindo pela vida como uma brisa de primavera, enfrentando o inverno de dias menos bons com o sorriso de lareira acesa. Como não morrer de paixão?
Nos seus braços cabem filhos, homens, família e amigos, para todos um aconchego, ainda que nada sobre para si.
No fim dos dias, no fim das horas, no ocaso do tempo, de pé permanece a mulher-vida, bem ou mal vivida, como uma antiga árvore, raízes regadas pelas lágrimas, folhas amarelecidas pelo outono das memórias. De pé, sempre de pé!

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