sexta-feira, 1 de abril de 2016

A NOBRE ARTE DE SER MULHER

Perdoem-me os elementos do sexo oposto mas sinto-me compelida a confessar a minha incondicional admiração pelas mulheres, pela sua essência, por todas e cada uma delas.
São seres absolutamente fascinantes, encerram em si diversas gravidezes, partos e abortos... de filhos, de homens, de segredos!




A mulher, cantada por tantos. A mulher, amada por tantos. A mulher que tudo pode. A mulher mãe, avó, amante, criada, bem tratada, mal tratada, com cicatrizes em todos os seus caminhos, de todos os tamanhos e feitios, de todos os amores e desamores.

A mulher, esse ser que não dorme,  que não adoece,  que luta,  que dá luta, que acorda cedo sem acordar, com passos mecânicos qual máquina programada para servir, amando.

A mulher que não chora, que tudo pode, que nada pede, vivendo através das vidas dos que ama. Rindo se eles riem, consolando se eles choram.
A que canta com voz embargada pela dor, nó na garganta abafado vezes sem conta, o medo escondido pela doçura da voz.

A mulher família, o amor mais do que tudo, a mãe dos filhos que pariu, que transportou e alimentou com o seu sangue.

Mulher-mãe... como não glorificar o corpo que acolhe no seu seio o futuro da humanidade que depois a abandona com promessas de grandes feitos e conquistas, membro amputado num só momento, a parte melhor de si própria, espelho com reflexo brilhante, amor que não tem fim...





A mulher, a amante sagaz, tantas vezes fugidia. A mulher impossível de adivinhar... que prazer? Pernas que se abrem, qual lareira convidativa, fogo que arde e se vê, aconchego do seu homem ou dos seus homens...




A mulher que desafia o tempo, as estações, dissimula rugas, as más e as boas, cura doenças de si e dos outros qual maga poderosa, dona de poções e palavras mágicas.

A mulher submissa, cão fiel de quem a afaga. A mulher fogosa, impossível de dominar. A mulher onírica, senhora dos segredos nunca sussurrados. A mulher sofrida, dores reveladas no olhar.

A mulher bela ou menos bela, com voz de mar, passos de bailarina, seguindo pela vida como uma brisa de primavera, enfrentando o inverno de dias menos bons com o sorriso de lareira acesa. Como não morrer de paixão?

Nos seus braços cabem filhos, homens, família e amigos, para todos um aconchego, ainda que nada sobre para si.
No fim dos dias, no fim das horas, no ocaso do tempo, de pé permanece a mulher-vida, bem ou mal vivida, como uma antiga árvore, raízes regadas pelas lágrimas, folhas amarelecidas pelo outono das memórias. De pé, sempre de pé!



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